Acerca de mim

A minha foto
S. Mamede de Infesta, Matosinhos, Portugal
Assim como a aranha tece pacientemente a sua teia, cada uma das nossas acções, omissões e opções adensa a nossa vida.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

DESENCANTO

A última vez que publiquei neste blogue foi em 2011, antecedendo a votação para as eleições legislativas que então se realizaram.
Fi-lo manifestando a minha profunda repulsa pela governação socrática que nos conduziu a um poço muito fundo que condenou gerações a um futuro de incógnitas.
E não estou arrependido; se necessário fosse voltaria a fazê-lo!
Os anos de desgoverno socialista são indubitavelmente responsáveis pelo irresponsável e inconsciente definhar da economia deste País, que esteve na origem do chamado resgate, de que nominalmente Portugal saiu sem que os Portugueses o tenham sentido ou o vão sentir a curto-prazo, de tal monta foram as responsabilidades financeiras que Portugal assumiu com os seus credores, nomeadamente as instituições internacionais integrantes da denominada Troika.
Mas para aqueles que, como eu, acreditavam que um outro Governo poderia tomar as medidas adequadas para que os Portugueses pudessem sentir que algo estava de facto a mudar, os três anos que entretanto passaram foram de intensa desilusão.
Desilusão com um Governo que:
  • Em vez de no imediato salvaguardar o interesse público, se preocupou fundamentalmente em salvaguardar interesses privados, quer os ligados genericamente à banca, quer os daqueles que, pela ineficácia de uma justiça de brandos costumes para com os fortes, beneficiaram da complacência que conduziu aos negócios em torno do BPN, BPP, PPP e tantos outros que continuam a proliferar pelo País fora;
  • Em vez de combater e eliminar eficazmente poderes corporativos instalados no aparelho de estado, que contribuem para o contínuo definhar das finanças públicas pelos custos elevadíssimos que originam e que os contribuintes vão suportando com os seus impostos, acabou por submergir aos interesses que os representam;
  • Em vez de procurar mitigar o esforço exigido aos contribuintes, nomeadamente os trabalhadores por conta de outrem e os reformados do regime geral da segurança social, para fazer face às obrigações financeiras do País, os transformou no alvo maior da sua política de aumento das receitas fiscais, através do acréscimo até muito para lá do que seria justo das taxas de imposto incidentes sobre os rendimentos de trabalho e as pensões de reforma;
  • Em vez de equilibrar os sacrifícios pedidos aos cidadãos e às empresas, eliminou a generalidade dos parcos benefícios fiscais de que os primeiros beneficiavam (por exemplo em sede de IRS) - levando mesmo à ilegal dupla tributação de alguns rendimentos -, beneficiou ao mesmo tempo empresas de alguns setores de atividade que continuaram a ter escandalosas reduções da base de incidência de impostos a que estão ou deveriam estar sujeitas ou beneficiaram do resultado de negociações contratuais, nomeadamente no âmbito das denominadas Parcerias Público-Privadas, em que o interesse público foi sempre penalizado;
  • Em vez de dar o exemplo aos seus cidadãos, aplicando a si próprio e a outras instituições políticas o mesmo rigor que impôs à esmagadora maioria dos cidadãos, não prescindiu de aumentar substancialmente os seus custos de funcionamento, deixando que igualmente a Assembleia e a Presidência da República continuassem a despender verbas exorbitantes nos seus orçamentos que jamais pararam de crescer;
  • Continuou a fomentar o clientelismo, beneficiando escritórios de advogados e genericamente a politicagem que flutua em torno da sua orla política (pelo menos enquanto se mantiver no poder, porque ela muda de posicionamento com facilidade).
É por isso que no próximo domingo não votarei nestes (partidos) políticos.
Uns porque representariam voltar a um passado não muito distante em que o favorecimento dos interesses instalados - já se esqueceram quem promoveu as PPP? - a par daqueles que nada fazem para o merecer - genericamente não me identifico com a glorificação do RMG, embora defenda energicamente o reforço do papel social do Estado na sociedade - esconde sempre o enriquecimento ilícito de que são exemplo as muitas figuras que assumiram papel de relevo no partido, com especial relevância para o anterior secretário-geral. Votar neles nunca!
Outros, os que os substituíram, porque não demonstraram merecer o meu voto ou, na minha opinião, o voto dos cidadãos portugueses.
Não governaram a bem da Nação!
Não governaram no interesse da maioria que os elegeu!
Continuaram, em muitas práticas, a não se diferenciar do Governo que substituíram!
Em vez de fazerem uma verdadeira reforma do Estado, eliminando o despesismo que nos sufoca, preferiram armar-se em cobradores de impostos sendo seu intuito fundamental inventar o que mais poderiam usar para reduzir os parcos réditos da generalidade dos seus concidadãos!
Não ganharem estas eleições não tem consequências de maior: em termos do poder legislativo nacional nada estas eleições nada mudam! Penaliza-os porque não terão tantos "compadres" como esperariam a beneficiar das chorudas remunerações a que os membros do PE têm direito.
Mas talvez estes políticos compreendam que o que a esmagadora maioria dos portugueses espera deles não é propriamente o que fizeram nos últimos anos!
Mas apesar de não votar nestes (partidos) políticos, não deixarei de exercer o meu direito de voto. Até porquanto a alternativa é a recusa deste sistema de governação, dito democrático, com todas as consequências que daí advêm.
Voto, mas voto NULO!
 
 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ESTAMOS FARTOS


Durante anos mentiu.
Durante anos foi coarctando a liberdade, utilizando métodos asfixiantes que fariam inveja a qualquer ditador do século passado.
Foram as notícias sobre a sua "licenciatura" ...
Foram as notícias sobre o outlet de Alcochete ...
Foram as notícias sobre a imensa riquesa acumulada, em nome de parentes próximos ...
Promete emendar-se ...
Mas não tem emenda!
A última (será?) foi sobre o acordo firmado com a "Troika".
Mentiu de novo e escondeu até onde lhe foi possível o que de facto tinha assinado.
Não se iludam, pois não tem mesmo emenda!
Se o deixarem continuará a mentir!
Se o deixarem continuará a manter este país na dormência!
Impedindo que se tome consciência da verdadeira dimensão do pântano para que nos arrastou!
E onde corremos o risco de nos afundar, se não agirmos depressa e resolutamente!
O tempo esgotou-se, a festa acabou!
Resta-nos trabalhar aficandamente, mas antes - independentemente das opções partidárias de cada um - mostrar-lhe nas urnas que ESTAMOS FARTOS!
E abrir o caminho para que a justiça, que anda entorpecida, actue. 

terça-feira, 31 de maio de 2011

RIA, CONTRIBUI PARA O SEU BEM ESTAR!

Há modas que vão pegando ...
Era uma vez uma aldeia onde viviam dois homens que tinham o mesmo nome: Joaquim Gonçalves.
Um era sacerdote e o outro, taxista.
Quis o destino que morressem no mesmo dia.
Quando chegaram ao céu, São Pedro esperava-os.
- O teu nome ?
- Joaquim Gonçalves.
- És o sacerdote ?
- Não, o taxista.
São Pedro consulta as suas notas e diz:
- Bom, ganhaste o Paraíso. Levas esta túnica com fios de ouro e este ceptro de platina com incrustações de rubis. Podes entrar.
- O teu nome ?
- Joaquim Gonçalves.
- Ah, então és o sacerdote!?
- Sim, sou eu mesmo.
- Muito bem, meu filho, ganhaste o Paraíso. Levas esta bata de linho e este ceptro de ferro.
Desconcertado o sacerdote diz:
- Desculpe, mas deve haver engano. Eu sou o Joaquim Gonçalves, o sacerdote!
- Sim, meu filho, ganhaste o Paraíso. Levas esta bata de linho e ...
- Não pode ser! Eu conheço o outro senhor. Era taxista, vivia na minha aldeia e era um desastre! Subia os passeios, batia com o carro todos os dias, conduzia pessimamente e assustava as pessoas. Nunca mudou, apesar das multas e repreensões policiais. E quanto a mim, passei 75 anos pregando todos os domingos na paróquia. Como é que ele recebe a túnica com fios de ouro e  eu... isto?
- Não é nenhum engano - diz São Pedro. Aqui no céu, estamos a fazer uma gestão mais profissional, como a que vocês faziam lá na terra.
- Não entendo!
- Eu explico. Agora orientamo-nos por objectivos. É assim: durante os últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas dormiam. E cada vez que ele conduzia o táxi, as pessoas começavam a rezar. Resultados! Percebeste? Gestão por objectivos! O que interessa são os resultados, a forma de lá chegar é completamente secundária...!


segunda-feira, 30 de maio de 2011

PARA BEM DA NOSSA SANIDADE MENTAL

Independentemente da partilha de ideologias
que se possa ou não ter
- eu não a tenho -
o texto abaixo reproduzido e atribuido a
Urbano Tavares Rodrigues,
é bem o reflexo do estado deprimente a que este País chegou.
É bom que cada um atente nesta realidade e que
no próximo dia 5 de Junho vote em conformidade
para que possamos todos respirar aliviados,
livres deste Primeiro-Ministro
que não deixa nenhumas saudades.
A bem da nossa saúde mental,
pois caso assim não seja ... só nos resta emigrar!


Pertenço a uma geração que se tornou adulta durante a II Guerra Mundial. Acompanhei com espanto e angústia a evolução lenta da tragédia que durante quase seis anos desabou sobre a humanidade.
Desde a capitulação de Munique, ainda adolescente, tive dificuldade em entender porque não travavam a França e a Inglaterra o III Reich alemão. Pressentia que a corrida para o abismo não era uma inevitabilidade. Podia ser detida.
Em Maio de 1945, quando o último tiro foi disparado e a bandeira soviética içada sobre as ruínas do Reichstag, em Berlim, formulei como milhões de jovens em todo o mundo a pergunta
«Como foi possível?»
Hitler suicidara-se uma semana antes. Naqueles dias sentíamos o peso de um absurdo para o qual ninguém tinha resposta. Como pudera um povode velha cultura, o alemão, que tanto contribuíra para o progresso dahumanidade, permitir passivamente que um aventureiro aloucado exercesse durante 13 anos um poder absoluto. A razão não encontrava explicação para esse absurdo que precipitou a humanidade numa guerra apocalíptica (50 milhões de mortos) que destruiu a Alemanha e cobriu de escombros a Europa?
Muitos leitores ficarão chocados a por evocar, a propósito da crise portuguesa, o que se passou na Alemanha a partir dos anos 30.
Quero esclarecer que não me passa sequer pela cabeça estabelecer paralelos entre o Reich hitleriano e o Portugal agredido por Sócrates. Qualquer analogia seria absurda.
São outros o contexto histórico, os cenários, a dimensão das personagens e os efeitos.
Mas hoje também em Portugal se justifica a pergunta «Como foi possível?»
Sim. Que estranho conjunto de circunstâncias conduziu o País ao desastre que o atinge? Como explicar que o povo que foi sujeito da Revolução de Abril tenha hoje como Primeiro-ministro, transcorridos 35 anos, uma criatura como José Sócrates? Como podem os portugueses suportar passivamente há mais de cinco anos a humilhação de uma política autocrática, semeada de escândalos, que ofende a razão e arruína e ridiculariza o Pais perante o Mundo?
O descalabro ético socrático justifica outra pergunta: como pode um Partido que se chama Socialista (embora seja neoliberal) ter desde o início apoiado maciçamente com servilismo, por vezes com entusiasmo, e continuar a apoiar, o desgoverno e despautérios do seu líder, o cidadão Primeiro-ministro?
Portugal caiu num pântano e não há resposta satisfatória para a permanência no poder do homem que insiste em apresentar um panorama triunfalista da política reaccionária responsável pela transformação acelerada do país numa sociedade parasita, super endividada, queconsome muito mais do que produz.
Pode muita gente concluir que exagero ao atribuir tanta responsabilidade pelo desastre a um indivíduo. Isso porque Sócrates é, afinal, um instrumento do grande capital que o colocou à frente do Executivo e do imperialismo que o tem apoiado. Mas não creio neste caso empolar o factor subjectivo.
Não conheço precedente na nossa História para a cadeia de escândalos maiúsculos em que surge envolvido o actual Primeiro-ministro.
Ela é tão alarmante que os primeiros, desde o mistério do seu diploma de engenheiro, obtido numa universidade fantasmática (já encerrada), aparecem já como coisa banal quando comparados com os mais recentes.
O último é nestes dias tema de manchetes na Comunicação Social e já dele se fala além fronteiras.
É afinal um escândalo velho, que o Presidente do Supremo Tribunal e o Procurador-geral da República tentaram abafar, mas que retomou actualidade quando um semanário divulgou excertos de escutas do caso Face Oculta.
Alguns despachos do procurador de Aveiro e do juiz de instrução criminal do Tribunal da mesma comarca com transcrições de conversas telefónicas valem por uma demolidora peça acusatória reveladora da vocação liberticida do governo de Sócrates para amordaçar a Comunicação Social.
Desta vez o Primeiro-ministro ficou exposto sem defesa. As vozes de gente sua articulando projectos de controlo de uma emissora de televisão e de afastamento de jornalistas incómodos estão gravadas. Não há desmentidos que possam apagar a conspiração.
Um mar de lama escorre dessas conversas, envolvendo o Primeiro-ministro. A agressiva tentativa de defesa deste afunda-o mais no pântano. Impossibilitado de negar os factos, qualifica de «infame» a divulgação daquilo a que chama «conversas privadas».
Basta recordar que todas as gravações dos diálogos telefónicos de Sócrates com o banqueiro Vara, seu ex-ministro foram mandadas destruir por decisão (lamentável) do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, para se ter a certeza de que seriam muitíssimo mais comprometedoras para ele do que as «conversas privadas» que tanto o indignam agora, divulgadas aliás dias depois de, num restaurante, ter defendido, em amena «conversa» com dois ministros seus, a necessidade de silenciar o jornalista Mário Crespo da SIC Noticias.
Não é apenas por serem indesmentíveis os factos que este escândalo difere dos anteriores que colocaram José Sócrates no banco dos réus do Tribunal da opinião pública. Desta vez a hipótese da sua demissão é levantada em editoriais de diários que o apoiaram nos primeiros anos e personalidades políticas de múltiplos quadrantes afirmam sem rodeios que não tem mais condições para exercer o cargo.
O cidadão José Sócrates tem mentido repetidamente ao País, com desfaçatez e arrogância, exibindo não apenas a sua incompetência e mediocridade, mas, o que é mais grave, uma debilidade de carácter incompatível com a chefia do Executivo.
Repito: como pode tal criatura permanecer como Primeiro-ministro?
Até quando, Sócrates, teremos de te suportar?
"Como explicar que o povo que foi sujeito da Revolução de Abril tenha hoje como Primeiro-ministro, transcorridos 35 anos, uma criatura como José Sócrates? Como podem os portugueses suportar passivamente há mais de cinco anos a humilhação de uma política autocrática, semeada de escândalos, que ofende a razão e arruína e ridiculariza o País perante o Mundo?"
Urbano Tavares Rodrigues

segunda-feira, 25 de abril de 2011

PAIXÃO

A paixão é como o vento que enfurna as velas do navio; algumas vezes o navio pode naufragar, mas se não fosse a ventania o navio não navegaria, não haveria viagens, nem aventuras, nem novas descobertas...